"SER" ESCREVER

"O QUE EU SOU E O QUE EU ESCREVO SÃO UMA COISA SÓ. TODAS AS MINHAS IDÉIAS, TODOS OS MEUS ESFORÇOS, EIS O QUE SOU." (C.G. JUNG)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

FALAS DE UMA TARDE

O enígma do desejo (1929) - Salvador Dalí

"Eu não sou puritanista. Acho que as coisas do sentimento tem que equilibrar na balança, como o sagrado e o profano. Recorro a psicologia, filosofia, arte... Ao que for! Desde que incorpore os dois com beleza e excitação".

"Se beijo, sacralizo
Se mordo, profano"


"Só uma musa pode transformar horas de olhos e sorrisos em um mar de palavras, sentimentos, ideias, vontades, carinho, desejo, curiosidade, criação!"

"De peixes
Da água
Como a Vênus de Botticelli
A água é o símbolo do inconsciente
Fez "ondas" na minha "água"..."

"Nunca fui tão EU como tenho sido
E você apareceu no meio da jornada de Jasão contra os Deuses
E navego na luta
Com espírito 'adolescente' da descoberta
e confesso-te
Tem sido bom demais!"

"Eu vinha escavando
Pensava que estava na hora de abrir o coração
achava que minha inspiração pelas belas coisas havia morrido".

"Nunca, na vida, pensei em ser o que 'alguém' quer
Mas ser o que sou.
E nesta suficiência de ser,
Ser suficiente para alguém".

"Quando li o "Cem Sonetos de amor", do Pablo Neruda, todos feitos para sua mulher e musa...
Desejei com meu espirito, um dia, sentir por alguém tudo aquilo.
Criar poemas para alguém...
E espero desde então"

terça-feira, 24 de agosto de 2010

EM TEMPOS DOS FILHOS, SALVE AS PUTAS!

http://luizfelipeponde.wordpress.com/2010/06/21/quem-gosta-das-putas/
 Ah, a puta! Quanto prazer e discórdia trouxe ao mundo! Desde os mais distantes anos, seja na pele de Ródope, d'uma Frinéia ou d'uma Madalena arrependida. Na ira avassaladora daquele que teve a mãe, conjugada entre os verbos do meretrício ou adjetivada por responsabilidade do seus filhos, tu dirás “mas não mistures a sagrada mãe e a profana puta!”. Responderei “coloca a culpa em Freud! Não fui eu quem começou com isso!” E as coisas vão se fundir, inevitavelmente. Como esquecer a mãe do árbitro que, condenada pelo pênalti inexistente, de um jogo que se quer entende, que sua nova fama cantada em coro uníssono, por milhares, é fato (?) E noutros milhares haverá a lembrança do "congresso" dos filhos de tantas delas que regem seu país. E no sofrimento, masoquistico-orgástico levam como fardo, ao bom humor insensato que assusta, haverão de recompor seu hino, como brado de redenção: "Verás que um filho teu não é da PUTA, nem vai te abandonar a própria sorte (...) Serás amada (...)”. 

sábado, 21 de agosto de 2010

PAI: A FORÇA DO FILHO DA ICÓGNITA


Um gigante! A face em pedra e a cabeça coberta pelo quepe. Sempre caminhando em passos largos como quem marcha. Roupa marrom, insignas, botões, fivela. Sempre manda! Um olhar que doia mais do que uma chinelada. Pai: medo, força, distância, trabalho, aventura. Icógnita.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DA INFÂNCIA AO TERCEIRO DIA QUE ANTECEDE MEUS 35 ANOS (06/10/2009)



John Lennon
Costuro meu infinito, hoje, da infância ao terceiro dia que antecede aos meus 35 anos.

Tenho memórias infindáveis da minha adorável infância. Muitas vezes, meus dias de menino foram absolutamente vividos com o gosto dos lugares diferentes , não marcada por brinquedos ou coisas do gênero.  Eu viajava constantemente com meu pai, irmão, tios e primos, para pescarias e até eventos de caça (o que hoje, adulto, jamais faria: caçar). Quando não estava a beira de algum rio, represa ou lagoa, estava embrenhado em pequenas cabanas de galhos e folhas de árvore, vivenciando as emoções do contato com coisas da natureza que só via na tv.

Lembro-me inventivo, constantemente fuçando nas ferramentas do meu pai. Minha mãe sempre dizia que acabaria me machucando. Eu tinha a idéia de que se um dedo, a mão ou o braço todo fossem cortados, nasceriam outros no lugar, assim como observava acontecer com as lagartixas quando perdiam suas caldas.

Tive um amigo imaginário que era um Tubarão-Martelo. De onde nasceu? De uma enciclopédia chamada "Os Bichos" que meu pai montou com os fascículos que eram vendidos na banca de jornal que tinha na Estação Júlio Prestes, enfrente ao prédio do DOPS, bairro da Luz, em São Paulo. Todos os dias eu chegava da escola e mergulhava no oceano que era o quintal da minha casa, que tinha todo o chão, pintado de verde. Lá, eu nadava com o meu amigo, interpretado por uma vassoura de pelos. Vivíamos as aventuras, inspiradas no desenho do Pinóquio, não o da Disney, mas o de ma série que passava na tv.

Eu quis ser padre (Passaros Feridos - escapei!), bombeiro, piloto de helicóptero, astronauta, ator de tv/cinema (ganhar o Oscar!) e jogador de futebol (período este que já marcava o "adeus à inocência"). Coisas que toda criança normal gostaria de ser. Mas acima de tudo, queria ser Jacques Custeau, cuja profissão eu não sabia definir: aquilo para mim era um sonho. Até que assisti ao seriado Cosmos, do Carl Sagan: aquilo para mim era realidade.

Certo dia eu brincava com os bonecos de plástico da cavalaria do General Custler (parece incrível, mas é verdade!), no tapete da sala. Eram 14 horas, e o programa de rádio que minha mãe ouvia religiosamente, entrou no ar, sem música de fundo. O radialista, em tom de profundo pesar anuncia pelas ondas do rádio (acoplado em um enorme móvel de madeira, que ainda tinha uma vitrola a tira-colo - quebrada!): John Lennon, que havia recentemente completado 40 anos no dia 09 de outubro (o dia do meu aniversário!) foi assassinado por um fã, no dia 08 de dezembro de 1980. Começam então, as notas de Imagine. Fiquei paralisado. Difícil de entender isso, para uma criança de seis anos. Como um "fã" mata um ídolo? Eu que tanto queria ser o Jerry Lewis, o Elvis Presley, o Chacrinha. Desde então, somente uma personalidade ocupou minha mente: eu queria ser Lennon. Saber o que fez, o que viveu, quem amou, por que morreu. Li e ouvi tudo que encontrei. Confesso que inúmeros dos interesses que tenho hoje, se dão por conta disso. Sou Adriano. Obrigado John! 

domingo, 8 de agosto de 2010

DUAS FRASES REFLEXIVAS SOBRE "DEUS"

"O meu ver, ser ateu é entender que Deus é uma manifestação da infinitude do pensamento humano, não do próprio Deus."

 
"Para a arbitrariedade não existe "deus" específico. Todos os "deuses" do "livre arbítrio" tem pecado nos últimos tempos."

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AMIZADE, ABSTRAÇÃO E ÉTICA (25/10/2009)

Platão: filosofia sobre ética e amizade não é "bula" nem "manual técnico"



"As vezes penso que a amizade é uma abstração tão subjetiva quanto a democracia e a ética".
(Adriano Tardoque)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

REFLEXÕES PÓS-CONSCIÊNCIA DA BARRIGA: UMA ''DESSAS" INCOMODA MUITA GENTE! (08/02/2008)


Um dia desses, estava eu em casa sem absolutamente nada para fazer, até que uma passagem na frente do espelho me deixou perplexo, quando deparei com a invasão de saliências na região do abdômen (barriga), que havia esquecido. Imediatamente, colocando tênis nos pés, apanhando um par de óculos escuros e a carteira, bati em saída. Tinha que caminhar. Como sempre faço, saí pelas ruas do bairro, evitando uma avenida bastante movimentada, com um enorme canteiro, ao lado de casa, pois essa está disposta em linha reta e, ao meu ver, nada faz para tirar esforço algum de corpos “acomodados”. E no caminho, dá-lhe subida, dá-lhe descida e lá estou eu a caminhar. Até que num gesto de absoluta imbecilidade, decidi parar de frente para uma balança, numa farmácia, movendo toda a minha massa suada para cima do aparelho. Ah se arrependimento matasse! Eis que algo diferente interrompe esta lamúria: o farmacêutico me cumprimenta, perguntando sobre a família, etc. Respondi que estava tudo bem, falei sobre o tempo que fechava para a chuva cair, agradeci e fui embora. Logo pensei “não conheço este cara”. E assim, estava iniciado um tortuoso exercício de lembrança para buscar na mente qual a situação em que conheci este homem. Movimentava neste momento, então, corpo e mente. Mas não tive tempo de se que começar: enquanto subia uma pequena ladeira, um rapaz com ar “alegre” e uma moça de hiperlordose incrivelmente “hiper”, conversavam e, quando me viu, ele interrompeu a fala da moça e me cumprimentou, sorrindo. Pensei “mas o que será que está acontecendo, hoje? Estarei eu sendo confundido com algum ator que interpreta um vilão na novela das sete? Terei eu ficado famoso pela elaboração de alguma tese o sobre o Paradigma Entre a Ação Social Religiosa e a Laicização do Trabalho Social no Brasil, após a década de Noventa e As Novas Perspectivas para a Auto-sustentabilidade com Base no Modelo Cultural de Educação Popular (títulos acadêmico-orgísticos me dão asco!), ou publicado algum livro que tenha vendido mais que o Paulo Coelho? Ou será que fui parar nas manchetes dos programas esportivos por afirmar que certo movimento democrático no futebol brasileiro, em meados dos anos oitenta, não passava de uma jogada de marketing para atrair investidores a o clube? Pensando bem, deve ter sido pela entrevista ao um programa de uma rádio de jornalismo, analisando as "permanências (ou não - como diria Caetano Veloso) das idéias tropicalistas na gestão globalizada do ministro da cultura, solidário a uma C&A de teatro estrangeira e rica, com uso de leis de incentivo brasileiras!?" Ou até, por que não, quem sabe, tenha participado de um programa de auditório de perguntas e respostas da TV, tendo perdido o prêmio na última rodada”... Depois disso, ainda fui cumprimentado por uma senhora idosa que passeava com um basset (também idoso), fui alertado por uma buzinada de carro e ouvi um “opa!” de passagem, além de receber um sinal de “jóia”, de um pedreiro que trabalhas nas obras de um edifício que tem uma entrada de imensas colunas romanas e arcos clássicos, (será que estamos voltando ao período dos imperadores?). Delírios à parte, o fato é que, ao chegar em casa, pingando de suor dos pés à cabeça, estava tão ansioso com as possibilidades que se passaram quanto às coisas que pensei no decorrer da caminhada que, não tive outra alternativa que não fosse comer um lanche maior do que minha boca e beber um balde de café. Quanto à luta contra a barriga, deixo para a fé. Está escrito na bíblia que um “grão de mostarda, move montanhas”. Assim, enquanto que a mostarda que conheço já deixou de ser grão e é um molho para se comer, espero eu, encontrar o “grão da fé”, no incômodo da simplicidade cotidiana, “liquidificada” numa cabeça que não para.

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